quinta-feira, maio 10, 2018

Sablés de laranja e tomilho e uma carta para alguém especial


Sablés de laranja e tomilho

Oi, mãe, tudo bem?

Que saudade de você. Domingo próximo é Dia das Mães e a saudade aperta mais ainda. Se você estivesse aqui o almoço seria na minha casa. Tem tanta receita boa, mãe. Tanta coisa diferente que você não experimentou e tenho certeza de que iria amar.

Beterraba, que você adorava e fazia tanto, eu faço assada – fica tão mais gostosa, mãe! O sabor se intensifica e a textura não fica aguada. E quando rego com um molhinho de vinagre balsâmico, então? Sei que você iria querer colocar esse molho em tudo quanto é salada...

Ah, a comida fica muito mais gostosa com ervas frescas, mãe. Tem que ver o bolonhesa que eu faço, com bastante manjericão: o teu neto ama e diz que é a comida preferida dele. É, mãe, você tem um neto agora, sabia? Ele tem os teus traços, o teu nariz. É inteligente e faladeiro. E hoje recebi um áudio da sua nora com o pequeno dizendo que ele quer comer “panquequinha com meipu da Dedé” – faço aqui em casa quando ele vem visitar, mãe. Para ele, eu sou Dedé – ninguém sabe de onde ele inventou esse apelido, mas eu adoro. Maple é uma calda doce e gostosa, conheci depois de adulta, você iria gostar, também.

Ah, mãe, as ervas a gente usa também em pratos doces, sabia? O resultado fica bem interessante! Aqui misturei tomilho com laranja e os biscoitinhos ficaram deliciosos e perfumados. Se você estivesse aqui eu passaria um café para acompanhar os biscoitos. Que pena que você não está. Te amo pra sempre, mãe.

Sablés de laranja e tomilho
receita minha

- xícara medidora de 240ml

½ colheres (chá) de folhas de tomilho fresco
raspa da casca de 2 laranjas grandes
¾ xícara (150g) de açúcar cristal
1 xícara (226g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente
1 ovo grande, temperatura ambiente
½ colher (chá) de extrato de baunilha
2 ¾ xícaras (385g) de farinha de trigo
½ colher (chá) de sal

Para envolver a massa:
2 colheres (sopa) de açúcar cristal

Coloque o tomilho, as raspas de laranja e o açúcar em um pilãozinho ou miniprocessador de alimentos e pile/bata bem até aromatizar o açúcar. Transfira para a tigela da batedeira, junte a manteiga e bata até obter um creme claro – raspe as laterais da tigela algumas vezes durante todo o preparo da receita. Junte o ovo e bata bem. Junte a baunilha e bata. Acrescente a farinha e o sal e misture em velocidade baixa somente até uma massa se formar.

Divida a massa em duas partes iguais e coloque cada metade em um pedaço grande de papel manteiga; forme um cilindro de aproximadamente 3,5cm de diâmetro com a massa, fechando-a dentro do papel manteiga usando uma régua – como a Martha faz aqui. Feche as pontas e leve à geladeira por 4 horas.

Pré-aqueça o forno a 180°C; forre duas assadeiras grandes com papel manteiga. Desembrulhe um dos cilindros de massa (mantenha o outro na geladeira). Role o cilindro pelo açúcar cristal, cobrindo todos os lados. Corte em fatias de 5mm e coloque-as nas assadeiras preparadas deixando um espaço de 2,5cm entre uma e outra. Asse por 12-15 minutos ou até que os biscoitos estejam dourados nas extremidades. Deixe esfriar na assadeira sobre uma gradinha por 5 minutos, e então deslize o papel com os biscoitos para a gradinha e deixe esfriar completamente. Repita o processo com o outro cilindro de massa.

Rend.: cerca de 50 biscoitinhos

13 comentários:

Anônimo disse...

Sempre visito seu blog, gosto bastante das receitas e já testei várias delas. Mas desta vez resolvi comentar porque me emocionei demais com a carta. Chorei copiosamente, talvez pelo momento delicado que esteja com a minha mãe.
Enfim, parabéns pelo blog.

Divânia's- trabalhos manuais disse...

chorei, que linda carta, que linda declaração de amor eterno.Tenho convicção de que a sua querida mãe estava lendo-a enquanto você escrevia.
baraços...
di

Kelly Stein disse...

Nossa, to aqui me segurando para não desabar no choro ao ler isso. Que lindo, que lindo, que lindo. Sua mãe amaria tudo isso em você, pode ter certeza que ela amaria cada descoberta.
Amor eterno.

Patricia Luck disse...

Que receita deliciosa e que carta linda, xará. Tenho certeza absoluta de que se sua mãe estivesse por aqui ela seria a mãe mais orgulhosa do mundo por ter uma filha tão boa (porque bondade na minha opinião é a maior qualidade que alguém pode ter), generosa. amável e talentosa como vc. Fique bem, vc merece! BJs

Daniela Ramos disse...

Declaração linda, Patrícia! Emocionante.

Receitas e Truques da Clarinha disse...

Nunca fiz dessas bolachas.

Beijinhos,
Clarinha
https://receitasetruquesdaclarinha.blogspot.pt/2018/05/feijoada-de-pota.html

Unknown disse...

Que emocionante!! Quanta saudade as mães deixam.....

dinah sarto disse...

Adoro o jeitinho de falar da mãe. Bjs.

Carol Moraes Maia disse...

Oi Pati, querida. Adoro quando você escreve sobre sua mãe. Sempre vem do fundo do coração... Ele se foi cedo (te acompanho há anos, é como se te conhecesse) mas vive em cores brilhantes dentro de você e em tudo que você faz... Ai se as mães (e avós) fossem eternas, não? Feliz dia das mães, linda. E delicia de cookies... Beijos.

Cristina disse...

Nunca comento, mas hoje...essa carta poderia ter sido escrita por mim, para minha mãe...são tantas vezes que penso no que gostaria de dividir com ela. Fica o amor para sempre e uma saudade sem tamanho.

Mari disse...

Estou com os olhos cheios de lágrimas, Pati. Meu marido perdeu a mãe cedo e vejo como essas datas são tão difíceis... Tento valorizar muito a minha, que ainda está comigo. Esse domingo, vou cozinhar pra ela na minha casa. E se eu sei fazer isso, é muito graças a você, que me alimenta de receitas e textos inspiradores - e infalíveis, desde que eu tenho 15 anos. Meu marido já sabe e pergunta "é receita da Technicolor?" sempre que sai um docinho novo por aqui - é, eu te chamo de "technicolor" e a Ana é "la cucinetta" hahaha. Não vejo a hora de testar esses biscoitos. Um abraço bem forte! <3

Unknown disse...

Fiz bem em esperar pra ler em casa
:')
Com absoluta certeza sua mãe tem mto orgulho de vc
beijão

Unknown disse...

Linda e encorajadora ... sempre falo com meu pai que partiu para o céu sobre as novas receitas, sobre ter aprendido a fazer pão na quarentena, foi com ele que aprendi a apreciar alimentos naturais. Gostar de plantas e montar pratos bem bonitos na mesa... você me deu coragem de escrever a carta...anotar meus diálogos silenciosos com ele. Parabéns por transbordar amor e compartilha-lo